O Valor publicou ampla reportagem, nesta segunda-feira (10 de fevereiro), repercutindo a denúncia apresentada pela Fenacor à Susep, solicitando a interrupção das atividades das empresas “Loovi Seguros” e “LTI Seguros” no setor de seguros, que estaria ocorrendo de forma totalmente irregular, em clara afronta à legislação vigente e ao Código de Defesa do Consumidor.
A reportagem, de autoria da jornalista Rita Azevedo, ressalta que a Loovi Seguros adota uma estratégia de marketing “baseada em propagandas feitas por nomes do esporte e influenciadores como Renato Cariani e Whinderson Nunes”. Este último destaca em vídeo citado pelo Valor, que “eles (a Loovi) pegam qualquer tipo de carro. Para vocês terem uma ideia, nem análise de perfil eles fazem”.
A matéria lembra ainda que, no início deste mês, em meio ao retorno de Neymar ao Santos, a companhia se tornou patrocinadora oficial do time de futebol. A marca da empresa ficará estampada nos números das camisas dos jogadores da equipe profissional masculina, feminina e categorias de base, com um contrato válido por dois anos.
Referindo-se à denúncia apresentada pela Fenacor, o Valor enfatiza também que, como não é uma seguradora, a Loovi não poderia prometer coberturas específicas, como aceitar carros rebaixados. “A entidade (Fenacor) também cita a realização de um sorteio pela empresa neste ano, tendo como prêmio “um ano de seguro grátis”, sem que para isso fosse informado o número de registro e de autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda”, indica a reportagem.
Questionada pelo Valor sobre o conteúdo da denúncia da Fenacor, a Loovi não enviou pedido de posicionamento até a publicação da reportagem.
O texto aponta ainda que outro ponto questionado pela Fenacor é a participação de Pablo Marçal nas empresas. Em vídeos nas redes sociais, o empresário se apresenta como dono ou sócio da Loovi. “Conforme a Fenacor, não há informações na documentação das empresas sobre a participação de Marçal, o que poderia infringir regras do mercado de seguros”, frisa a matéria, referindo-se ainda a um vídeo veiculado no perfil oficial da Loovi no TikTok, com o título “Dono de seguradora fala por que comprou a Seguradora Loovi”, no qual ele afirma que “a gente só comprou por causa da tecnologia.
Ela se chama Loovi, a seguradora que não pega a placa do carro e você não precisa pagar. A gente segura em três minutos”.
Procurado pelo Valor, Marçal disse, por meio de nota: “Sou investidor, e não sócio da empresa, assim como em dezenas de outras companhias. A Loovi é uma insurance e a LTI é da mesma holding. Não existe irregularidade nenhuma”.
Já a Susep informou ao jornal que “no caso de recebimento de denúncias, atua em conformidade com a legislação vigente” e que “após o recebimento da denúncia e a conclusão da instrução do processo administrativo, em que são garantidos de maneira ampla o direito de defesa e do contraditório, a administração dispõe de até 30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período, devidamente motivada”.
Em outro trecho, a reportagem informa que a seguradora LTI, responsável pelos seguros vendidos pela Loovi e recentemente alvo de denúncia apresentada pela Fenacor, não deixa claro em seu site ou redes sociais que atua em ambiente regulatório experimental (Sandbox Regulatório) e com uma autorização de funcionamento temporária, que vence em fevereiro de 2026. “Essa divulgação é uma das principais regras que devem ser seguidas pelas companhias que são selecionadas para participar desse ambiente, segundo fontes que já participaram do processo”, explica o texto.
Fonte: Fenacor, com informações do Valor, em 10.02.2025