Por Cyro Buonavoglia (*)
Estamos em um novo patamar no mercado de transporte rodoviário de cargas no Brasil. Depois de anos muito críticos, hoje vemos um novo cenário, em função da tecnologia, cada vez mais surpreendente, além de movimentações como a regulamentação do setor, em função do Marco Regulatório no transporte de cargas, que tem como objetivo definir regras claras e aprimorar as normas para o segmento, ao mesmo tempo em que dificulta a atuação de empresas e caminhoneiros envolvidos em roubo de cargas.
Porém, mesmo com um olhar otimista para o futuro, não podemos deixar de olhar para o passado e presente, pois assim conseguimos fazer uma análise correta sobre a crescente importância do gerenciamento de riscos em um país com índices alarmantes de roubos e furtos de cargas.
Ao analisarmos o mercado, vemos que fatores como a crises política, a deficiência de nossas leis, desemprego, falta de ações ostensivas dos órgãos de segurança pública dentre outros influenciam no constante aumento de eventos envolvendo roubos de cargas nos transportes rodoviários. Inclusive, estudos apontam o Brasil entre os países mais perigosos do mundo para o transporte de cargas.
Dessa forma, a tecnologia é necessária e indispensável para o gerenciamento de riscos, pois por meio dela são geradas informações em tempo real que visam à segurança do motorista e da carga.
Ao aplicarmos o GR exclusivamente ao transporte de cargas, criamos um processo, que envolve toda a cadeia de movimentação, transporte, distribuição e armazenamento de cargas. São vários os procedimentos e normas que podem ser implementadas e definidas para um gerenciamento eficaz.
Para isso são elaborados Planos de Gerenciamento de Riscos de acordo com cada operação (por meio de Análises Situacionais, nas unidades do cliente) com ações de segurança nas estradas, perfis de condutores (baseados nos tipos de cargas, valores, rotas etc.), planejamento de viagens com locais próprios para paradas eventuais e/ou pernoites, homologação de postos, comitês de riscos periódicos com seguradoras, corretoras e empresas de tecnologia, propondo, implantando e monitorando ações de melhorias focadas na segurança dos processos, entre outras ações.
O constante aprimoramento dos processos, normas e procedimentos, aliados aos avanços tecnológicos são essenciais para manter o padrão de qualidade do gerenciamento de riscos. Entretanto, o investimento no capital humano é imprescindível para que todas essas ferramentas funcionem de forma harmônica para alcançar a excelência nos resultados.
Tendências de GR
Hoje e já para os próximos meses, existem várias ferramentas modernas que tornam o GR ainda mais eficiente. Entre elas está o uso do Big Data, ou seja, é possível ter um banco de dados extremamente potente, que permite mapeamento estratégico de áreas de risco, confecção de rotogramas, normatização das regras de GR, capacitação e gestão de pessoas.
Cito ainda o aumento do controle da frota e gestão das entregas, por meio de app de Monitoramento de carga via mobile, para veículos que não possuem equipamento de rastreamento instalado. Isso já vem acontecendo e se tornará ainda mais usual futuramente.
Outra tendência é a utilização de drones para análise situacional das operações, homologação de postos de combustíveis e pontos de descanso para motoristas e auxílio na recuperação de cargas. Cada vez mais veremos esses equipamentos trabalhando a favor da segurança nas estradas.
Nosso olhar é muito otimista para o futuro, pois com todas essas ferramentas e a força que o GR vem ganhando ultimamente, combateremos de forma estratégica e eficiente roubos e furtos de cargas em todo o Brasil.
(*) Cyro Buonavoglia, 69 anos, com vasta experiência em comércio e indústria, formado em administração de empresas pela Faculdade Dom Pedro II, atuou nas áreas de indústria e comercio e fundou há 23 anos a Buonny Projetos e Serviços, que se transformou em um conglomerado de empresas, que busca atender com eficácia o mercado nos segmentos de logística, saúde, tecnologia e energia fotovoltaica. O executivo também fundou as entidades: GRISTEC e SINDIRISCO. Atualmente como Presidente do Grupo Buonny, sua principal meta é avançar com o crescimento das empresas que compõe o grupo, por meio de investimentos em tecnologia, que aumentam a qualidade dos serviços prestados na mitigação de riscos.
Fonte: OM, em 09.04.2018.