Evento promovido pela Marsh/JLT reuniu especialistas e empresários, no Rio de Janeiro, para debater as perspectivas para o setor
O desenvolvimento do mercado de gás natural no Brasil e a importância de fomentar a produção de petróleo nos campos terrestres foram os principais assuntos debatidos no 10º Seminário de Óleo & Gás da Marsh/JLT, realizado na tarde de quinta-feira, 23, no Rio de Janeiro. O evento reuniu, no Museu do Amanhã, empresários e especialistas do segmento para discutir o futuro da exploração e produção petrolífera no país.
A estimativa da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) é dobrar a produção de gás natural até 2030. No entanto, para a consultora técnica da instituição, Regina Freitas Fernandes, é preciso uma atuação conjunta para chegar aos 268 milhões de metros cúbicos de gás por dia ao final desse período. “O mercado de gás precisa ser desenvolvido não só pelo governo, mas por todos do setor”, reforça Regina.
A gerente de O&G e Naval da Firjan/ONIP, Karine Fragoso, dá a dimensão da importância do mercado de gás para a área de energia. “Precisamos do gás para avançar com a produção de óleo, que é fundamental também para o crescimento dos campos terrestres”, exemplifica Karine, que ressalta a interligação entre os negócios: “Se não tem bloco a ser explorado, a cadeia não é ativada”.
O líder da Carpenter Marsh Fac Re, Adriano Oka, chamou a atenção sobre o debate a respeito do mercado de gás no Brasil. “O escoamento do gás ainda é um desafio no país. Por isso, precisamos colocar o assunto em pauta para atrair novos investimentos”, reforça Oka. Ele destaca o papel do seminário para o fomento do tema: “Devemos continuar promovendo e prestigiando fóruns como este entre os principais atores do mercado para debater planos e construir um futuro próspero para o Brasil”.
Crescimento da indústria
A expectativa é que o Brasil se torne um dos cinco maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo em dez anos. De acordo com a EPE, a produção brasileira de petróleo pode chegar a 5 milhões de barris por dia em 2030. Já o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, é ainda mais otimista. Sua estimativa é de que em 2030 o país produza 7,5 milhões de barris diariamente.
“Precisamos de uma indústria diversificada, variada e com a complexidade que o Brasil merece. Na próxima década, a gente vai ver uma indústria completamente diferente. O pico da produção vai começar a aparecer em 2023 e vai se estender ao longo da década de 2030”, acredita Oddone.
Perspectiva para o mercado de seguros e resseguros
O cenário para o mercado de seguro e resseguro na área de Óleo e Gás nos próximos anos é promissor, segundo a diretora do IRB Brasil Re, Isabel Solano. “Acredito que vamos fechar 2019 com R$ 500 milhões de prêmios cedidos. O valor é menor do que os R$ 700 milhões do ano passado, mas é o dobro do que registramos em 2017, na crise. Então isso é bastante positivo. Voltamos ao patamar de 2014”, explica Isabel.
O Seminário de Óleo & Gás da Marsh/JLT, que se consolida como um espaço relevante de debate, também contou com a participação de Lincoln Guardado, CEO da Enauta, e de Stephen Dow, professor do Centro de Energia, Petróleo, Direito e Política da Universidade de Dundee, no Reino Unido.
Fonte: LGA, em 24.05.2019.