Parte do Global Risk Report, relatório ouviu mais de 12 executivos de 136 países; próxima edição será lançada em janeiro de 2018
O desemprego, as crises fiscais e o fracasso do governo de um país em fornecer estabilidade são os principais riscos que as empresas enfrentam no mundo, com crescente preocupação pelas questões cibernéticas. Essas informações fazem parte do Executive Opinion Survey, conduzido anualmente pela World Economic Forum (WEF), como parte do Global Risk Report 2017, e divulgada hoje (20/09).
O levantamento é realizado em parceria com seguradora global Zurich e a empresa de gerenciamento de risco Marsh & McLennan Companies. Para chegar aos resultados, o WEF ouviu 12.411 executivos de 136 países, que foram incentivados a identificar os cinco maiores riscos de fazer negócios em seus respectivos países, com impacto para os próximos dez anos.
“Este estudo é um grande direcionador para os principais líderes globais e reforça o cuidado que a Zurich tem com as organizações, uma vez que, para cuidar, é preciso considerar tudo o que pode interferir na continuidade de seus negócios”, destaca Edson Franco, presidente da Zurich no Brasil. “O acesso a informação é o principal aliado das companhias para que elas busquem as melhores formas de precaução contra as ameaças”.
Principais riscos globais e por região
Conduzido entre fevereiro e junho deste ano, o Executive Opinion Survey identificou os seguintes riscos globais como os dez principais:
- Desemprego ou subemprego;
- Crise fiscal;
- Falha na governança nacional;
- Choque de preço da energia;
- Instabilidade social profunda;
- Falhas nas instituições ou mecanismos financeiros;
- Falhas na infraestrutura;
- Ataques cibernéticos;
- Conflito entre estados;
- Ataques terroristas.
No Brasil, especificamente, os cinco maiores riscos identificados foram:
- Falhas na governança nacional;
- Desemprego ou subemprego;
- Falhas na infraestrutura;
- Crise fiscal;
- Crise ou colapso do Estado.
Os executivos da maioria das regiões apontaram o “desemprego ou o subemprego" e as "crises fiscais" como os dois maiores riscos, embora as regiões da América do Norte, do Leste Asiático e do Pacífico tenham manifestado maior preocupação com ataques cibernéticos e especulações. Influenciados pelo aumento do risco geopolítico, especialmente após adoção de políticas protecionistas, líderes empresariais na Europa, sul da Ásia, América Latina e Caribe, e a África Subsaariana apontaram preocupações com o potencial fracasso da governança nacional. Em sua lista de riscos urgentes, executivos europeus também acrescentaram "falha nas instituições ou mecanismos financeiros". No sul da Ásia, o crescimento rápido nos centros urbanos levou os líderes dessa região a destacar o "fracasso do planejamento urbano" e a "falha da infraestrutura" como as principais ameaças potenciais para seus negócios.
Os riscos associados ao "fracasso da adaptação às alterações climáticas" apresentaram-se de forma bastante reduzida quando comparados as ameaças apontadas como “mais graves” – apenas os executivos canadenses colocam as mudanças climáticas em sua lista de riscos, com classificação baixa. Já a ameaça de potenciais atentados terroristas preocupou executivos na América do Norte, Oriente Médio e África do Norte, mas não conseguiu chegar ao ranking dos cinco melhores riscos entre as empresas de outras regiões.
“Os resultados da pesquisa apontam que, no médio prazo, os líderes empresariais estão focados nos riscos sociais e econômicos, mas também não devem subestimar o impacto potencial dos riscos ambientais e tecnológicos”, aponta John Scott, Chief Risk Officer, Commercial Insurance da Zurich. “Embora o crescimento econômico e os desenvolvimentos tecnológicos criem novas oportunidades para empresas e países, os riscos e eventos geopolíticos levaram a dúvidas que levantam questões sobre como gerenciar o negócio em momentos de incerteza”.
Fonte: Race, em 20.09.2017.