O presidente do Sincor-SP, Boris Ber, o presidente da Fenacor, Armando Vergílio, e o deputado federal e presidente da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Lucas Vergílio, se reuniram para debater o open insurance, durante o primeiro dia do CQCS Insurtech & Innovation, evento que acontece em São Paulo de maneira híbrida, entre os dias 23 e 24 de novembro. A mediação do painel ficou por conta do presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros, Marco Antônio Gonçalves.
“Independentemente da nossa opinião, o Open Insurance veio para ficar, para ampliar e democratizar o acesso às informações. Baseado no open banking, a única diferença é que no setor de seguros temos o corretor que já exerce esse papel há décadas”, declarou Gonçalves.
Na visão de Armando Vergílio, o Open Insurance é inexorável, uma política de estado, no entanto, a criação das Sociedades Iniciadoras de Serviços de Seguros (SISS) é ilegal. “A Resolução CNSP nº 415, que cria o Open Insurance apenas cita a SISS, não impõe regras, por isso, não se sabe se é um substituto do corretor, um marketplace, não dá para identificar. Do ponto de vista jurídico, ela é ilegal, já que o mercado de seguros é baseado em legislação e para se criar um operador novo dentro do setor é necessária uma lei complementar, que passe pela Câmara e pelo Senado”, ressaltou.
Segundo o deputado, sociedade e poder público enxergam o setor de seguros como um apêndice do setor financeiro e o Open Insurance é a prova disso. “Infelizmente, nós não fomos ouvidos, o órgão regulador se distanciou do diálogo com as seguradoras, com os corretores e com a sociedade, por isso, foi esse copia e cola do open banking”. Vergílio anda falou sobre o papel do setor para mudar isso. “Falta para um trabalho institucional e de conscientização, para mostrar à sociedade o lado social do seguro, de proteção, para depois tratarmos do lado financeiro”.
Ber ressaltou que o open baking é uma operação B2C (Business to Consumer, negócio para consumidor na tradução) e o Open Insurance está longe de ser isso. “Nós, enquanto corretores de seguros, sabemos quando a relação começa, mas não sabemos como termina a nossa prestação de serviço e nem qual vai ser o tamanho. Por isso, hoje, fazemos muito mais do que o serviço da SISS. Fazemos um trabalho de prospecção, técnico, com sugestão de valores, de avaliação de risco, de estudo de dano máximo provável, de lucros cessantes. Nós contribuímos tecnicamente e fica pouco claro como essa contribuição vai se dar no Open Insurance”, ressaltou.
Para o presidente do Sincor-SP, o momento é de cautela e reflexão, mas, principalmente, de união. “Acredito que, juntos, vamos achar uma solução para esta e outras oportunidades que estão por aí”.
Fonte: Sincor-SP, em 24.11.2021