cqcs 19112024

O presidente do Sincor-SP, Boris Ber, foi um dos palestrantes do CQCS Insurtech & Inovação 2024, maior evento de inovação em seguros da América Latina. Sua participação aconteceu no segundo dia do evento, 13 de novembro, no painel “O corretor de seguros como agente de transformação e inovação”, junto ao presidente do Ibracor, Joaquim Medanha, e do presidente do Sincor-MT, Cristóvão Martins, que esteve representando o presidente da Fenacor, Armando Vergílio. O painel contou com mediação do corretor de seguros Eduardo Kozma.

Em sua fala, Boris Ber defendeu que é preciso se atualizar e acompanhar os novos tempos, demonstrando que a tecnologia está no dia a dia da sociedade. “Um dos principais avanços que vemos hoje é a inteligência artificial, um dos meus temas prediletos de leitura. Cabe a todos nós absorver essas novidades, não apenas como corretores de seguros, mas como consumidores”, disse. “É a inteligência artificial que avisa quando o seu cartão de crédito teve uma compra suspeita e pede para entrar em contato com o banco para confirmar a movimentação. Através de algoritmos, a inteligência artificial te segue na internet, oferecendo produtos e serviços que têm chamado mais sua atenção no período”, exemplificou.

Essa tecnologia tem sido utilizada com frequência também no Sincor-SP. “A inteligência artificial está presente em nossas reuniões online da diretoria e das Comissões Técnicas, transcrevendo a conversa e enviando uma ata descritiva de tudo o que foi abordado. Tínhamos um problema de demora para produção de atas, agora 20 minutos depois do término da reunião está pronta a ata. Quem poderia imaginar que isso poderia acontecer?”.

Em sua visão, essa é uma tendência irreversível. “Temos hoje cerca de cinco gerações diferentes em nossa carteira de clientes e os segurados mais velhos reclamam do atendimento digital, querem falar ao telefone, não querem vistorias online… Mas é irreversível. A inteligência artificial também está nos processos de seguros, numa vistoria feita pelo celular ou na análise do perfil do motorista, por exemplo. Ela também está cada vez mais presente na área da saúde, trazendo resultados rápidos de exames”.

O presidente do Sincor-SP disse se preocupar com o distanciamento do corretor de seguros de tudo isso. “Todas as companhias oferecem milhões de opções para a era digital e o número de corretores que aderem a isso é mínimo. Parece que pensam que vão roubar seus lugares. O corretor de seguros não pode temer o novo, a tecnologia é uma grande aliada quando bem utilizada, ajuda a agilizar o atendimento, a trazer soluções mais rápidas para o consumidor. Não substitui, mas potencializa o trabalho do corretor”, garantiu, dizendo que é tarefa das entidades representativas da categoria desmistificar esse assunto. “Estamos em uma era de conhecimento, eu adoro aprender e essas tecnologias me motivam a isso”, completou.

A inteligência artificial reserva oportunidades para o corretor de seguros. “Temos chatbots com respostas rápidas a dúvidas simples do segurado, como o envio de um boleto do seguro, por exemplo, análise de dados dos clientes para identificar tendências e insights, e melhor visualização de oportunidades dentro da carteira, permitindo o cross-selling”, lembrou Boris Ber.

O Sincor-SP também tem utilizado inteligência artificial para auxiliar os associados em dúvidas do dia a dia profissional. “Criamos no Sincor-SP o Conectacor, uma área de respostas a dúvidas dentro do aplicativo Sincor Digital. Eu via corretores fazendo perguntas nas redes sociais que eram respondidas por outros que sabiam menos do que eles, por isso criamos o Conectacor, que responde a perguntas dos corretores. No primeiro ano nossos técnicos pesquisavam e respondiam manualmente, mas com a inteligência artificial criou-se um banco de dados e agora boa parte das perguntas são respondidas pela tecnologia de maneira correta e rápida”, relatou. “O próximo passo, para o ano que vem, é tentar importar condições gerais dos produtos das companhias e já ter isso cadastrado, para então, desde o telefone de uma assistência até uma dúvida sobre aceitação, ser respondido pela inteligência artificial”, adiantou.

Para Boris, quem quiser começar a se aprofundar na era digital não deve se desesperar. “Vá por partes, peça ajuda a um profissional, classifique as pessoas que podem fazer esse trabalho na corretora, ensine pessoas a fazer esse trabalho de forma moderna. Vamos ser otimistas, quebrar o medo e encarar o novo mundo. Vamos sair na frente, o corretor que é reticente e não quer essa evolução vai perder mercado”, pontuou.

Antes de finalizar, ele enfatizou que excesso é ruim em tudo, até em tecnologia. “Sempre mantenha o equilíbrio. Não sufoque o cliente com informação, mas mostre que está presente onde ele quiser”, concluiu.

Joaquim Mendanha defendeu que o corretor de seguros é um agente de transformação e inovação. “No passado, o profissional apenas intermediava produtos e serviços entre seguradoras e segurados. Hoje, temos uma transformação: os corretores oferecem orientação personalizada, ajudando os clientes a encontrar soluções adequadas às suas necessidades e desejos; trabalham ao lado das seguradoras para desenvolver produtos inovadores, abordando riscos emergentes e necessidades específicas; e adotam tecnologias para melhorar a experiência do cliente, agilizar processos e aumentar eficiência”. Ele destacou ainda que ferramentas de inteligência artificial podem analisar grandes volumes de dados de clientes para entender seus perfis, comportamentos e necessidades, permitindo ao corretor oferecer soluções de seguros mais personalizadas e relevantes.

Alinhado a essa tendência, Cristóvão Martins falou que a Fenacor vem desenvolvendo um trabalho voltado para a qualificação e atualização dos corretores de seguros. “Queremos despertar o corretor para o momento que passamos. Chama minha atenção quando vejo um profissional se gabar de ter décadas de profissão como se soubesse tudo, mas vemos que em nossa profissão temos que ir para nossos trabalhos todo dia como se fosse o primeiro dia, porque sempre temos novas informações, é enorme a demanda de produtos para serem colocados ao consumidor”, analisou. “O papel do corretor de seguros é fundamental, mas é de uma responsabilidade muito grande, por isso precisa estar sempre estudando, para se manter atuante no mercado e continuar sendo o protagonista que pode ajudar a melhorar muito a nossa indústria. A Fenacor, a Escola de Negócios e Seguros (ENS) e os Sincors estão muito conectados para preparar o corretor e trazer para o consumidor o melhor produto e melhor atendimento”.

Fonte: Sincor-SP, em 19.11.2024