Veja, abaixo, a íntegra do discurso do presidente da Fenacor, Armando Vergilio, na solenidade de premiação da quarta edição do Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros, realizada sexta-feira (13/12), no Rio de Janeiro:
"Bem vindos e bem vindas a esta quarta edição do premio nacional de jornalismo em seguros. Estamos felizes por esta oportunidade de reunir tantos conceituados profissionais e poder reconhecer a importância da imprensa para o nosso mercado.
Mas, também, infelizmente, estamos de luto.
Hoje, rendemos homenagens e o reconhecimento em primeiro plano ao trabalho de todos vocês. E isso será feito através da entrega aos vencedores da premiação do nosso prêmio nacional de jornalismo em seguros.
Contudo, perdemos uma grande referência e personalidade do nosso mercado, que agregou muito valor e nos deixa um grande legado.
Então, esta é uma noite para grandes homenagens. A vocês, jornalistas, ao presidente da CNC, José Roberto Tadros, e ao queridíssimo amigo, companheiro de jornada há mais de 30 anos,
O presidente do Ibracor, Gumercindo Rocha Filho. É uma perda irreparável.
Também estamos sob a ameaça de outra imensa perda, do ponto de vista do mercado. Refiro-me à tentativa - que, com certeza, não vai prosperar - de revogar nossa lei, desregulamentar “com muita insegurança” a nossa profissão, de acabar com a nossa categoria. Pior de não só simplesmente revogar a lei que disciplina e reconhece a nossa profissão, mas de nos retirar do Sistema Nacional de Seguros Privados.
Por que isso? Por que esse preconceito contra os corretores de seguros, que, aliás, agregam tanto valor?
Para o consumidor, é um protetor anjo da guarda. Para as seguradoras, é o melhor meio, o mais eficiente, otimizado, barato e eficaz de se distribuir seguros.
Por que, então, essa incompreensão em relação ao papel do corretor de seguros, a sua atividade. Essa falta de entendimento quanto aquilo que o corretor faz e desempenha no curso da sua atividade laboral.
É o verdadeiro consultor e assessor do segurado e um grande provedor de soluções para as seguradoras.
Auxilia e ajuda o segurado na definição do que é melhor para segurar, indica as coberturas realmente necessárias, passando pela definição da melhor companhia e do melhor produto.
A cobertura que atenda plenamente sua Necessidade de proteção e a seguradora que seja a melhor naquele tipo de seguro, que tenha liquidez e solvência, com bom modelo de governança e respeito ao cliente.
Depois, ele contrata o seguro e entrega tudo pronto para a seguradora, sem custo nenhum para a companhia.
Mas, já ajudou na seleção do risco, no cadastramento do cliente, fez todo o serviço burocrático do preenchimento da proposta, passando pela transmissão e indo até a emissão para a companhia. Entrega o negócio prontinho e quem o remunera é o segurado.
E, a partir daí, esse profissional começa, então, o trabalho de assessoramento permanente, acompanhando o segurado, as variações, fazendo monitoramento do risco, da apólice e, se for o caso, quando ocorre o sinistro, ele está a postos para resolver todos os problemas para o segurado e para a seguradora, auxiliando, desembaraçando e otimizando o processo, reduzindo dores de cabeça do segurado e minimizando muito os problemas que a seguradora poderia ter.
Então, repito: por que tanto preconceito e incompreensão em relação a nossa profissão? Talvez pelo nome? Pode ser?!?!?!
Será que acham que somos simples intermediários, alguns chegam a, de maneira absurda, dizer que encarecemos o produto... Pai, perdoe-os! Eles não sabem o que falam! É exatamente o contrário.
Mas, o corretor de seguros não vai desaparecer, nem acabar.
Não será a edição de uma medida equivocada e desnecessária que fará com que o corretor seja extinto ou dizimado.
Ao contrário, vamos sair muito mais fortes. Podem acreditar.
Então, se havia uma boa intenção a forma foi errada.
Quero cumprimentar a senhora superintendente da Susep, doutora Solange Vieira, que teve a coragem de reconhecer a falta de capacidade dessa autarquia em nos regular e, principalmente, de fazer sobre a nossa categoria uma supervisão eficiente e adequada, notadamente a preventiva. E também teve a sensibilidade de perceber a nossa maturidade. E, com isso, “ocorra o que ocorrer” em relação ao contido na MP 905, a autorregulação vai se consolidar. A autorregulação passa a ser uma realidade inexorável.
Não há mais espaço para retrocesso. Estamos dialogando com a Susep, o governo, especialmente o secretário Rogério Marinho, e o Congresso Nacional, sob a liderança do deputado Lucas Vergilio, para juntos reconstruirmos, atualizarmos e modernizarmos o marco regulatório, com ênfase na autorregulação na corretagem de seguros, sob a égide da lei complementar 137.
Amigos, Corretor que, aos olhos do consumidor, agrega, tem valor e é necessário e indispensável.
E, por tudo isso, espero que um número maior de seguradoras tenha esse entendimento.
Hoje, infelizmente e incompreensivelmente, algumas ainda não o têm. Há ainda companhias que buscam, o tempo todo, outras formas de alijar completamente os corretores da distribuição e investem fortunas em plataformas de venda direta.
Várias já fracassaram em tentativas mal sucedidas.
Mas, o corretor, não. Está sempre ali, leal, parceiro e amigo.
Então, amigos seguradores, é preciso ir além das simples manifestações de apoio, que são bem-vindas, mas precisamos mais. Queremos atitudes, ações concretas a favor da nossa categoria econômica.
Tenho certeza que isso irá ocorrer. Até porque, como já foi comprovado, todas as vezes que a união prevaleceu, o crescimento deste segmento foi maior e mais consistente.
Venho clamando pela união há muito tempo e não perco a esperança que ela ocorrerá.
Pois, o sucesso depende de todos os elos da corrente e, como ensina o antigo adágio, “uma corrente é tão forte quanto o seu elo mais fraco”.
Amigos e amigas, a premente necessidade de ampliarmos o entendimento da população brasileira sobre o estratégico papel que cumpre o seguro foi o que nos motivou a criar o prêmio.
Pois, se ao corretor de seguros cabe levar o produto mais adequado para cada necessidade do consumidor, é a imprensa que dissemina na sociedade a relevância do seguro, a compreensão da missão que esse segmento tem ao proteger e amparar a todos, sejam ricos, pobres, crianças ou idosos, empresas ou governos.
Por fim, lembro que este evento ocorre em uma data simbólica para a política nacional.
Há exatos 51 anos, no dia 13 de dezembro de 1968, foi editado o AI-5, um dos mais tristes episódios da nossa história recente.
Então, ao realizarmos esta premiação neste dia, estamos também fazendo um louvor e um tributo à plena liberdade de imprensa, um dos segmentos da sociedade mais diretamente atingidos por aquele ato.
Uma imprensa livre é também um dos pilares que sustentam o desenvolvimento de um país e de sua sociedade. Assim, como o corretor de seguros independente é imprescindível para o setor e o consumidor.
Muito obrigado a todos e parabéns aos finalistas e aos vencedores dessa premiação! Feliz Natal! Que Deus os abençoe!"
Fonte: FENACOR, em 16.12.2019