Estudo global realizado pela Zurich em parceria com a Universidade de Oxford entrevistou mais de 11 mil pessoas em 11 países para entender a percepção da população sobre como proteger sua renda
A população global ainda subestima o risco real de perda de renda. No mundo todo, 38% das pessoas acreditam que existe menos de 10% de chance de um evento inesperado impedir sua capacidade de gerar renda. No Brasil, o índice é ainda maior e chega a 41%. Na contramão, 44% das pessoas já tiveram perda de renda devido à invalidez ou morte de algum familiar. Os dados são do Estudo Zurich Falhas na Proteção de Renda/2016, realizado em parceria com a Universidade de Oxford e que entrevistou mais de 11 mil pessoas no Brasil, México, Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Espanha, Alemanha, Suíça, Malásia, Hong Kong e Austrália.
Está claro para nós que, hoje, existe uma incapacidade global de o Estado continuar provendo benefícios para a cobertura de riscos à renda da população e, por isso, é nosso papel enquanto empresa global conscientizar todos os envolvidos: Estado, iniciativa privada, mercado securitário e população, explica Edson Franco, CEO da Zurich no Brasil sobre a realização do Estudo. Com esta análise aprofundada, a Zurich busca sensibilizar a sociedade sobre o tema e promover um entendimento coletivo sobre causas e consequências que levam a estas perdas, completa o executivo.
Corroborando com a visão do CEO, o Estudo mostra que o governo é visto como a principal fonte de renda dos brasileiros em situações de perdas repentinas. As poupanças pessoais são vistas como a segunda alternativa.
Diante deste cenário, é possível dizer que o mercado de seguros pessoais tem muito espaço para crescer no Brasil, visto que somente 19% entre mais de mil brasileiros pesquisados, por exemplo, têm algum produto que previne a perda de renda em caso de morte, o pior índice entre 11 países pesquisados. O segundo país com mais baixo índice é o Reino Unido, com 21% de penetração deste tipo de seguro. A média global é de 32% de assegurados. Especificamente em relação à proteção de renda em casos de doenças graves ou invalidez, somente 22% dos entrevistados brasileiros estão assegurados.
Equívocos sobre seguros retarda avanço
Sobre a real noção em relação aos produtos contra perda de renda causada por morte, 78% dos brasileiros afirmam desconhecer as alternativas existentes no mercado, enquanto que 71% não conhecem as proteções contra perda de renda por invalidez ou doença grave. Apesar disso, dentre os entrevistados que não têm Seguro de Vida, mais da metade (56%) diz considerar adquirir alguma proteção, colocando o Brasil à frente de outros sete países consultados, como Itália (65%), México (71%) e Malásia (73%).
Outro dado alarmante vem do questionamento sobre quanto tempo as pessoas conseguiriam se manter, caso perdessem seus empregos. Dos cerca de 1 mil brasileiros entrevistados, 3/4 (ou 72%) não teriam renda para se manter mais de seis meses e 28% não teria como custear seus gastos por mais de um mês. Ambos os índices do Brasil estão acima da média global, 67% e 20%, respectivamente. No México, por exemplo, apenas 18% das pessoas responderam que não teriam dinheiro para mais de um mês sem trabalhar.
Na visão de Edson Franco, o mercado securitário tem a responsabilidade de promover um debate mais didático para que a população tenha mais consciência dos riscos de perder a totalidade de sua renda em caso de eventos extremos. O CEO da Zurich afirma que as prateleiras de produtos de Vida e Previdência vêm se modernizando para atender aos diferentes perfis de público e renda, mas reforça que ainda há espaço para avançar muito mais. A crença da população de que o Estado dará conta de garantir a totalidade de eventuais lacunas de perda de renda precisa mudar urgentemente, afirma.
Segundo o Estudo, as seguradoras detêm a preferência dos brasileiros na aquisição de produtos contra perda de renda. Ainda assim, há um equívoco marcante quanto ao custo de um seguro contra perda de renda: 49% dos entrevistados afirmam estar dispostos a pagar quase o dobro do valor real de um produto securitário. Pelo equívoco, consideram que o custo ultrapassa suas expectativas e deixam de adquirir, sendo que cada tipo de proteção pode ser contratada por menos de 5% dos rendimentos pessoais.
Papel do empresariado
O Estudo Zurich Falhas na Proteção de Renda identificou ainda que os 67% brasileiros preferirem benefícios a melhores salários. Somente 19% preferem salários mais altos em detrimento de benefícios. O México é o único país que tem índice maior que o brasileiro: 79%. Apesar de no Brasil a oferta dos empregadores ser a primeira razão que levaria os entrevistados a contratarem um seguro de proteção de renda, apenas 13% dos entrevistados nos 11 países disseram já ter recebido a oferta das empresas onde trabalham.
Os dados deixam claro que está sob responsabilidade do mercado securitário desmistificar à população as formas de garantir a proteção de renda, ou seja, sem venda consultiva ainda é muito difícil chegar a este ideal, comenta o CEO da Zurich. Quanto mais bem informada, mais a sociedade entende a necessidade de se precaver e, para isso, é necessário um esforço conjunto, finaliza o executivo.
Sobre o Estudo Zurich - Falhas na Proteção de Renda/2016
Objetiva sensibilizar a sociedade e desenvolver um entendimento sobre as causas e as consequências das falhas na proteção de renda, e o que representam para indivíduos e macroeconomia; Realizado pela seguradora Zurich em conjunto com a Universidade de Oxford; Mais de 11.500 entrevistas; 11 países (Brasil, México, EUA, Reino Unido, Itália, Espanha, Alemanha, Suíça, Malásia, Hong Kong e Austrália); Análises quantitativa e qualitativa, elaboradas de forma contínua para compartilhamento com o público em geral.
Fonte: Danilo Gonçalves, em 18.01.2017.