O Workshop Open Insurance – Oportunidades e Desafios na cobertura jornalística, promovido pela Escola de Negócios e Seguros (ENS) e pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara-e.net), reuniu, nesta terça-feira (03), especialistas para debater impactos e transformações que o novo modelo abre ao mercado e a importância da cobertura jornalística sobre o tema.
O vice-presidente da Fenacor, Manuel Matos - que coordena o Comitê de Open Insurance da câmara-e.net e integra o Conselho da ENS; e Priscila Figueiredo, CEO da Open Power Corretora de Seguros e professora da ENS, lideraram as discussões, com a moderação de Thaís Covalato, coordenadora de Comunicação Estratégica da câmara-e.net.
Matos destacou a evolução do setor de seguros em direção a um modelo mais digital e integrado, apontando a interoperabilidade como um fator essencial que “reduz barreiras e incentiva a entrada de novos jogadores, além de acelerar a transformação digital no setor”.
Ele ressaltou ainda o papel das empresas corretoras de seguros, que, mesmo diante das mudanças operacionais, permanecem essenciais na proteção dos interesses dos consumidores. “Na sua essência, como guardiã do interesse da garantia, ele permanece. O que muda é a forma de operação”, afirmou.
Entre os benefícios do Open Insurance para o mercado, Matos destacou a personalização de produtos, a automação e eficiência, além da expansão do alcance e competitividade.
Para o consumidor, os principais ganhos incluem maior transparência, empoderamento financeiro e acesso a produtos mais adequados às suas necessidades. “O consumidor é o foco principal do OPIN”, reforçou Priscila Figueiredo, destacando a centralidade do cliente na revolução que o Open Insurance promove.
Priscila também abordou os desafios e os pilares do Open Insurance, relacionando-os à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Segundo ela, o modelo garante controle e proteção dos dados dos consumidores, além de padrões comuns que minimizam assimetrias entre transmissores e receptores de informações. Ela ressaltou que o consentimento deve ser obtido de forma clara e transparente, garantindo a confiança no sistema.
Outro ponto de destaque foi a interoperabilidade entre o Open Insurance e o Open Finance, cuja integração futura promove ampliar as oportunidades de cidadania financeira. “Ambos os modelos possuem a mesma lógica e objetivam se integrar no futuro”, explicou Matos, projetando um cenário de maior inclusão e diversificação para consumidores e empresas.
Eles explicaram que a implementação do Open Insurance segue um cronograma estruturado em fases. A primeira fase, já em curso, contempla dados abertos de seguros. A segunda traz dados pessoais, enquanto a terceira permitirá serviços de iniciação de entrega. A previsão para conclusão total do modelo é junho de 2025, como destacou Priscila.
Para apoiar consumidores e jornalistas a entenderem essas transformações, Matos apresentou a plataforma “Guia Open”, um hub educativo criado pelo Comitê de Open Insurance da câmara-e.net.
A iniciativa visa disseminar informações confiáveis e atualizadas sobre o mercado de seguros abertos, com materiais educativos e notícias sobre o setor. “É papel da imprensa transmitir a informação da forma mais correta e clara no momento de transformação que estamos passando”, enfatizou, reforçando o compromisso do jornalismo na cobertura educativa e responsável do tema.
O evento concluiu com uma sessão de perguntas e respostas, evidenciando que o Open Insurance representa uma revolução para o setor de seguros, com impactos profundos na inclusão, personalização e inovação. Ao mesmo tempo, os desafios relacionados à proteção de dados, regulamentação e adoção tecnológica permanecem no centro de discussão, exigindo conjuntos de esforços do mercado e das autoridades para consolidar um sistema seguro e eficiente.
Fonte: Fenacor, em 03.12.2024