Como a circular 621/21 afeta o Corretor de Seguros? Esse foi o assunto do “Trocando ideias”, promovido pela União dos Corretores de Seguros (UCS). O encontro aconteceu de maneira remota nesta terça-feira, 30/03 e despertou o interesse dos profissionais. O evento contou com a participação de Rivaldo Leite, Vice-presidente comercial e Marketing da Porto Seguro; George Dutra, Diretor Comercial Regional SP da Tokio Marine e Octavio Milliet, Presidente da APTS.
A partir da circular 621, publicada em 12 de fevereiro de 2021, a Susep permite que as companhias seguradoras façam combos, combinem coberturas e desenhem produtos para nichos específicos, ou seja, possibilita reunir várias coberturas em uma só apólice.
George Dutra, diretor Comercial Regional SP da Tokio Marine, ressaltou que a Circular envolve seguro de danos e elogiou o fato de permitir uma flexibilização do mercado. “Sempre falamos que órgão regulador, às vezes, atravanca o processo e para nós, essa resolução vem para facilitar”, disse.
Ele explicou que a circular permite que as seguradoras possam trabalhar com outras coberturas, facilitando o trabalho operacional das companhias. “Podemos vender assistência, sem vender automóvel ou residencial, por exemplo, são possibilidades”, destacou.
Nesse item, Rivaldo Leite, Vice-presidente comercial da Porto Seguro, salientou que esse assunto ainda vai exigir muita discussão. “Em um primeiro momento vejo a circular muito boa. Ela já era esperada pelo mercado porque ela dá flexibilidade”.
O executivo explicou ainda que o grupo técnico da Susep está discutindo ajustes para que seja feito um texto único para que o entendimento do corretor e consumidor seja mais simples. “A última medida da Susep de mencionar o valor da comissão na apólice, por exemplo, foi esse grupo técnico junto com as seguradoras, a Fenacor, que, em conjunto, fizeram o texto único”, afirmou.
O executivo da Tokio Marine ressaltou que a circular possibilita às seguradoras trabalharem com novos produtos. “A Susep não vai pedir para aprovar o produto. Podemos lançar e submeter o documento e isso dá dinamismo. Facilita na melhoria e lançamento de produtos”, pontuou. Por isso, ele disse que será importante que o corretor tenha os dados dos clientes atualizados.
Sobre o receio dos corretores de que as seguradoras “assediem” os clientes, Dutra disse que não há intenção de “atravessar” o corretor. “Pelo menos no caso da Tokio Marine, o corretor é quem nos dá resultado e temos todo interesse em manter nossa parceria. A história mostra que o corretor é a voz do segurado. Por isso, a seguradora tem que ouvir o corretor porque ele ouve o cliente”, disse.
Já o presidente da APTS Octavio Milliet, mostrou que a circular traz oportunidades para os corretores, mas eles também precisarão estar atentos porque serão mais exigidos. “Podemos desenvolver produtos junto com as seguradoras para atacar um nicho, mas o corretor terá de se dedicar ao mercado de maneira geral. Vamos ter uma concorrência grande entre as seguradoras”, disse.
Ele também demonstrou preocupação com o Artigo 5º, no item que fala da aceitação da proposta estar sujeita à análise de risco, mas ressaltou que será possível, importar as condições de seguros praticadas no mercado europeu ou americano adaptando às condições brasileiras. “Isso vai ser enriquecedor para o mercado”, afirmou.
Na ocasião, Rivaldo alertou que o corretor terá de ler mais para entender sobre o produto. “Se cada companhia fizer de um jeito, vai ser complicado para os corretores. Estou confiante no grupo técnico que vai igualar o entendimento para chegar aos corretores de maneira clara. Se não for isso, a companhia terá de correr atrás do corretor para entender os produtos das seguradoras”, especificou.
Essa edição do “Trocando Ideias” foi a última com Ezaqueu Bueno à frente da UCS que foi muito elogiado. “Não teria feito nada sozinho”, disse.
Fonte: FENACOR/UCS, em 31.03.2021