O SincorCast, programa de entrevistas do Sincor-SP, em sua 12ª edição, que foi ao ar ao vivo na última terça-feira (11 de julho), recebeu o diretor executivo da Federação de Seguros Gerais (FenSeg), Danilo Silveira, para conversar sobre as dificuldades e possibilidades de soluções para o cenário de riscos que estão sendo declinados pelas seguradoras. O bate-papo foi comandado pelo presidente do Sincor-SP, Boris Ber, e o 1º tesoureiro, Edson Fecher.
“Há anos discutimos o que já se chamou de riscos declináveis, gravosos e agora estamos chamando carinhosamente de riscos especiais, que são seguros de menor importância segurada, mas que as seguradoras não aceitam. Os motivos de não-aceitação são diversos, mas sei do interesse real da FenSeg para tentar achar soluções”, explicou Boris Ber.
Edson Fecher foi escolhido para participar da mediação pelo interesse no assunto. “Buscar a aceitação do risco é um tema que me atrai muito. Costumo fazer inspeção de risco, é a hora que mais me sinto integrado na mitigação do risco”, afirmou.
Danilo Silveira enfatizou seu respeito pelos corretores de seguros. “Tenho carinho muito grande pelos corretores de seguros, até porque sou filho de um corretor, que sempre participou do Sincor, do Clube dos Corretores de Seguros, então é emocionante estar aqui com vocês para debater o mercado. Os Sincors, assim como a Fenacor, são grandes indutores de soluções ao reportar este problema”, disse.
Boris afirmou que se retoma a ideia de que as companhias querem, assim como os corretores, fazer o mercado crescer, mas precisam atender os segurados. “Como a FenSeg vê esse desafio? Vislumbra uma forma de achar saída?”, questionou.
“A situação chegou neste momento porque tivemos uma série de situações: a mudança do padrão do resseguro; a questão dos preços que, por exemplo, nos seguros patrimoniais caíram em torno de 80% em algumas linhas de negócios; a mudança do padrão do produto (abandonamos o grupo rateio de forma muito rápida); antes tinha um mercado soft onde havia condições de baixar preço mas agora o cenário se configura de maneira diferente”, pontuou. “Há o compromisso da FenSeg, bem como da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), de encontrar soluções para atender esses riscos que não estão tendo uma aceitação fluida. É preciso estabelecer formas de aceitar, mas precisa haver uma rotina mais ampla para atender a maior gama possível de clientes”, posicionou.
“Essa é uma determinação da diretoria da FenSeg e que nós vamos buscar, sempre pensando em soluções que sejam adequadas para os corretores, pois são vocês os profissionais que sofrem no dia a dia com o cliente, queremos então encontrar soluções em conjunto, que passam por vários fatores, como os protecionais, de o cliente investir no próprio risco”, explicou.
Boris lembrou que, em reuniões que está realizando com o mercado, estão pensando em diversas possibilidades para voltar à aceitação: “Fazer mais prêmio, uma cobertura diferenciada, voltarmos a fazer o seguro a risco total (ou seja, com rateio, cláusulas)… Separar verba de mercadorias e matérias-primas, prédios, máquinas, móveis e utensílios, estabelecer franquias proporcionais às melhorias de riscos e conceder uma redução no momento que as melhorias forem executadas”.
Edson Fecher destacou que a gestão de risco é o papel mais importante do corretor de seguros. “Ele tem que ajudar o segurado a manter seu negócio funcionando e, para isso, precisa de uma boa gestão de risco. Sabemos que às vezes é caro, o segurado não quer gastar, mas cabe ao corretor esse aculturamento. Nós corretores muitas vezes pagamos pela inspeção de risco do próprio bolso para entender melhor o risco, mitigar antes de mandar para a seguradora, para conseguir a aceitação. O papel do corretor é fundamental em conhecer e acompanhar o risco”, apontou.
Boris lembrou que é importante ter um ‘pool de negócios’ para dar volume e conquistar aceitação. “É frustrante gastar, investir no risco e a seguradora dizer que não tem aceitação nesse ramo. Cabe ao mercado trabalhar juntos para ter massa para conseguir aceitação”.
“O corretor de seguros está com o incômodo de não conseguir mais fazer o seguro de um cliente que ele atende há muito tempo. Corretores e seguradoras devem ser aliados pelo desenvolvimento do setor e atendimento ao cliente em comum”, enfatizou o presidente do Sincor-SP.
“A FenSeg tem como principal meio de trabalho, além da reunião da diretoria, que é estratégica, suas comissões técnicas. Esses grupos de profissionais conseguiram criar sugestões de padrões protecionais, de modelos por faixa segurada, nas atividades que identificamos como mais restritivas de aceitação. Esse primeiro trabalho possibilitou avaliar as perspectivas. Essa jornada é longa, vem de conversas com a Susep, buscando alternativas como, por exemplo, a flexibilização de resseguro, tratar alguns ramos diferenciados, e nisso avançamos, esse cenário já está presente como fato novo”, relatou Danilo Silveira. “Com a figura de representantes, a Susep abriu a possibilidade de se trabalhar com as agências, as MGAs, e aprendemos junto com os corretores que as MGAs podem ser soluções para se trabalhar com os riscos de nichos, de vários segmentos de seguros, como o patrimonial, responsabilidades etc”, explicou.
Boris Ber declarou que o Sincor-SP está trazendo uma discussão muito importante com todo o mercado, que vai beneficiar corretores, seguradoras e, principalmente, o segurado. “Confiem no Sincor-SP, vamos voltar com novas discussões, trazer mais possibilidades de soluções, pois nossa missão é proteger todos nós. Estamos no início dos trabalhos”, garantiu.
A conversa completa pode ser conferida na TV Sincor-SP.
Ao final do programa, houve o tradicional sorteio. Desta vez um smartphone foi sorteado entre os associados, e o vencedor foi Manoel Limão Lourenço. Houve ainda um sorteio extra, envolvendo todos os corretores que responderam à pesquisa do estudo “Oportunidades”, e o ganhador de uma Alexa foi Waldimir Simões Filho.
Fonte: Sincor-SP, em 18.07.2023