O conceituado Walter Longo, empreendedor Digital, palestrante internacional e sócio-diretor da Unimark Comunicação, comandou o último painel do 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros. Ele foi apresentado ao público pelo vice-presidente da Fenacor, Claudio Simão, para falar sobre “Metaverso e o papel do corretor de seguros”.
“Parece que faz muito tempo que tínhamos ligação discada, mas não, e já estamos no 5G. Costumamos superestimar o que podemos fazer em um ano e subestimar o que vai acontecer em 10 anos”, disse Walter Longo.
Segundo o especialista, uma conjugação de fatores está levando as pessoas ao metaverso. “As redes sociais foram o treinamento inicial da população para o metaverso. Nelas, todos querem se mostrar mais bonitos e mais ricos independentemente de sua realidade”, apontou. “Enquanto na vida real os gurus ensinam ‘ser tudo o que você puder ser’, no metaverso é ‘tudo o que você quiser ser’, não apenas o que puder, fazendo com que seja algo de extrema atração: as pessoas ficam fascinadas por irem além de suas realidades”, completa.
Para ele, a busca da sociedade é pela inclusão social, e o metaverso é um ambiente favorável para um mundo mais justo e inclusivo. “A pandemia ampliou sensações e inseguranças que antecipam tendências do metaverso”.
O conceito da palavra metaverso significa replicar sua vida, seus interesses, suas rotinas do mundo físico agora no mundo digital. “Nele você vai construir sua casa, passear no shopping, fazer tudo o que faz na vida real. E vai poder fazer isso usando simplesmente uma tela de celular/ computador ou óculos dimensionais. Temos toda uma nova existência que vai acontecer dentro desses ambientes virtuais”.
Como o nome “meta” sugere, significa ir além e é exatamente isso que está acontecendo. “Enquanto isso, o conceito de propósito corporativo vem evoluindo tão rápido quanto a tecnologia”. Entre outros exemplos, citou a grife Gucci fazendo desfiles de moda on-line para as pessoas olharem e comprarem, seja para as pessoas ou para seus avatares usarem. “Uma bolsa virtual de 4 mil dólares foi vendida para um avatar usar numa festa. A cantora Ariana Grande fez uma turnê dentro da plataforma Fortnite e teve a audiência de 12 milhões de pessoas. Neste novo mundo ‘se colocar lona vira um circo, se colocar parede é hospício’. Os novos games estão substituindo não apenas os games antigos, mas também a TV e a Netflix”.
Não é à toa que Mark Zuckerberg, criador do Facebook, resolveu abraçar este caminho. “Na verdade, ele está atrasado, neste momento centenas de empresas já estão bem posicionadas no metaverso. Empresas que produzem avatar, interface, comercializam criptomoedas. A Apple tem planos concretos para dar um salto dentro do metaverso. O Tinder já está no metaverso, onde você pode encontrar pessoas sem ser fisicamente”.
E o Brasil também já entrou nessa corrida. “Sabrina Sato tem seu avatar Satiko para vender produtos no metaverso, assim como outras diversas empresas estão lá. Nos próximos 100 anos as pessoas vão passar cada vez mais tempo como avatares dentro do mundo virtual”.
O início do metaverso foi com o game Second Life, onde os avatares se encontravam, conversavam, mas era tudo muito primário, não tinha shows, nem ações comerciais como agora. “Naquela época a pessoa ficava olhando o seu bonequinho de fora, o novo Second Life tem figuras muito mais reais e você olha de dentro dos olhos dos bonequinhos. Fator que contribui para a atração ao metaverso é a atual sofisticação dos avatares”.
“Uma das primeiras revoluções do metaverso será na área de educação. O próximo passo é a interoperabilidade entre esses vários mundos que iremos habitar. Países estão construindo embaixadas no metaverso para receber pessoas de outros locais. O metaverso abre possibilidades mais acessíveis às pessoas poderem viajar. Estão sendo produzidos equipamentos para sentir cheiro digitalmente, várias empresas estão buscando o pioneirismo nisso, assim como o tato digital está sendo trabalhado”.
O metaverso abre oportunidades reais de negócios. “Podem encontrar muitas oportunidades em áreas como publicidade, serviços de consultoria, comercialização de produtos, trabalho remoto, eventos e patrocínio, entretenimento e gameficação, treinamentos e produtividade, educação e cultura, pesquisa e avaliação de mercado, venda de hardware. Os corretores de seguros poderão vender seguros para pessoas que precisam se proteger dentro do metaverso ou para suas vidas fora dele”.
“Se hoje com tantos canais ou filmes na Netflix já nos dá uma sensação de que sempre estamos perdendo alguma coisa, imagine nesse novo mundo com tanta informação e acesso. O metaverso será o mundo de cada um, completamente personalizado, como está sendo cada vez mais o mercado de seguros. Aliás, o metaverso e o mundo dos seguros se aproximam por suas intangibilidades”, disse o especialista.
“A atividade de seguros tem a ver com a vida, e ela será duplicada. A segurança de dados será expandida e o seguro de riscos cibernéticos ganhará impulso. A telemedicina irá crescer muito, e será uma consulta de verdade, com o médico vendo a pessoa na sua totalidade. O novo universo dos metaseguros envolvem proteção de dados pessoais e corporativos, proteção de identidade, proteção de propriedades digitais, proteção de reputação da marca. Já estão surgindo os primeiros seguros contra acidentes domésticos causados por tecnologia imersiva”, pontuou.
Em sua visão, por isso tudo não podemos fechar os olhos para essa tendência, que está no início, mas em uma velocidade muito grande. “Há 20 anos dizíamos ‘quando chegar em casa vou entrar na internet’. Agora vamos entrar na internet mesmo, de corpo e alma. A promessa do metaverso é: não sonhe com uma vida, viva um sonho”.
Fonte: Sincor-SP, em 07.03.2022