A decisão do Google de eliminar os cookies de terceiros do Chrome até o final de 2024 marca um ponto de inflexão na interseção entre marketing digital e privacidade de dados. Segundo o vice-presidente da Fenacor, Manuel Matos, em um cenário onde o Open Finance e o Open Insurance estão ganhando terreno, essa mudança não é apenas uma tendência, mas uma necessidade imperativa para evoluir as práticas de marketing, alinhando-as com o cuidado crescente com os dados pessoais. "Os cookies de terceiros têm sido fundamentais para estratégias de marketing digital, como o remarketing e a criação de filtros de lookalike (processo que permite descobrir novos públicos semelhantes ao seu público-alvo original). No entanto, a preocupação com a segurança e a privacidade dos dados levou a um clamor por transparência e controle sobre as informações pessoais dos usuários. Este movimento global para fortalecer as políticas de privacidade é evidenciado pelas mudanças recentes, como as do iOS 14 da Apple, e agora pela iniciativa do Google", explica Matos.
Ele acrescenta que a adoção do Open Finance e Open Insurance traz uma camada adicional de complexidade e oportunidade. Estes conceitos promovem o compartilhamento e a integração de dados financeiros e de seguros de forma segura e controlada, colocando o poder nas mãos dos usuários. Este cenário exige que os profissionais de marketing repensem suas estratégias, priorizando a segurança dos dados e a confiança do consumidor.
A eliminação dos cookies de terceiros desafia os profissionais de marketing a inovar, utilizando dados do consentimento do titular e desenvolvendo métodos alternativos de segmentação. "Neste contexto, o Open Finance e o Open Insurance podem fornecer novas formas de entender o comportamento do consumidor, com base no consentimento e na transparência", sublinha o vice-presidente da Fenacor.
Na avaliação dele, esta transição, embora desafiadora, oferece uma oportunidade para as marcas construírem relações mais diretas e significativas com os consumidores.
Isso porque a ênfase em dados consentidos do titular e o respeito à privacidade dos dados dentro do Open Finance e Open Insurance conduzirão a insights mais autênticos e relações de confiança mais fortes com os clientes. "Esta mudança representa uma oportunidade para o setor de seguros refletir sobre como equilibrar as necessidades de marketing com as expectativas crescentes dos usuários em relação à privacidade de seus dados", acentua.
Matos frisa ainda que, no ambiente do Open Finance e Open Insurance, o consentimento do usuário se torna um elemento ainda mais crítico. Por essa razão, a capacidade de uma empresa de adaptar suas estratégias de marketing neste novo cenário, respeitando a privacidade do usuário e utilizando dados de maneira ética, será um diferencial competitivo importante.
Assim, estarão melhor posicionadas as empresas que conseguirem se adaptar a esse novo mundo, onde o respeito pela privacidade dos dados, impulsionado pelo avanço do Open Finance e Open Insurance, não é apenas um requisito legal, mas uma expectativa dos consumidores.
Fonte: Fenacor, em 16.01.2024