Por Rafael Pacheco (*)
Após o início dos trâmites da reforma no Congresso Nacional, o tema previdência vem ganhando cada vez mais destaque no país, sendo centro de uma grande discussão no meio político, bem como de uma maneira geral dentro do atual cenário brasileiro. Mas será que devemos nos preocupar, de fato?
Alguns números podem clarear nosso horizonte diante dessa situação. Atualmente, o déficit da previdência (INSS e Servidores Públicos) é de R$ 269 bilhões, sendo que este mesmo valor, 10 anos atrás, era de R$ 77 bilhões. Assim, podemos concluir que tivemos um aumento considerável nos últimos anos, fruto de uma taxa de envelhecimento maior da população brasileira - as pessoas estão vivendo mais e, com isso, esse “rombo” tende a crescer. A tão comentada reforma, proposta pelo atual governo e que deve ser levada para o próximo mandato (Governo Bolsonaro), visa alterar formas de pagamentos, bem como idade de aposentadoria, aposentadoria de forma gradativa, alteração no tempo mínimo de contribuição, entre outros fatores.
Diante desse panorama, é preciso que tenhamos um olhar mais cauteloso em relação ao nosso futuro, com a manutenção do padrão de vida, gastos e até a sucessão patrimonial que pretendemos fazer. Para não ficarmos dependentes dessa reforma e desse sistema estrutural brasileiro, a saída existente é a Previdência Privada. Com ela, é possível acessar uma seguradora para contratação do plano de forma individual, escolhendo o regime, a tabela de imposto, o perfil do fundo, como será a sua gestão e a forma da renda, ou seja, uma gama de opções melhores e mais benéficas do que atualmente nos é oferecido em forma de lei.
Hoje, um plano de previdência pode trazer ao seu cotista um retorno até maior do que um fundo de investimento, tanto pelo fato de ter uma estratégia de investimentos e possuir uma gestão por trás do produto, quanto pelo rendimento desta modalidade não contar com o “come-cotas”. Além disso, o plano traz a possibilidade de abatimento fiscal da renda bruta anual (PGBL), pois o cliente pode escolher a tabela de tributação a qual estará vigente, podendo chegar a até 10% sobre o rendimento ao final do plano. Outra vantagem é que o usuário também pode escolher os valores e/ou percentuais para seus beneficiários diretamente (sem inventário) em caso de falecimento do titular.
Graças a esses diversos benefícios e o senso de urgência em torno do tema, os planos de previdência privada vem crescendo muito no mercado. De 2011 para cá, tivemos praticamente o dobro de contribuições em planos individuas, porém, a dúvida que persiste na cabeça de muitos é: como investir da maneira correta?
Investimentos devem ser feitos através de uma assessoria especializada, que ofereça ao cliente opções mais vantajosas, tanto pelo lado do rendimento, quanto pela acumulação futura de recursos. Uma dica importante é buscar aprimorar o seu poder de poupança, conquistando, assim, tranquilidade para desfrutar os melhores momentos da vida e, principalmente, independência da previdência pública, vez que essa muitas vezes não irá cobrir seus gastos e não lhe trará uma manutenção do poder de compra ao longo dos anos.
Caso já possua um plano particular, o ideal é entender com um especialista se, de fato, esse plano faz sentido para o seu perfil, se está trazendo um rendimento adequado para a sua necessidade e horizonte de aplicação, bem como o regime tributário e a tabela de imposto vigente. Isso porque o retorno de um produto indicado da maneira correta será maior do que a média do mercado bancário, por isso esse estudo do atual portfólio é necessário e essencial para que ao longo do tempo os rendimentos estejam mais alinhados com a sua expectativa.
Hoje, sem dúvidas a previdência é indispensável dentro de um portfólio de investimentos. No entanto, é importante ter a preocupação com a acumulação e a rentabilidade desses valores, justamente porque, ao longo dos anos, são esses recursos que vão garantir um futuro tranquilo!
(*) Rafael Pacheco é sócio e assessor de investimentos, CFP da Monte Bravo, empresa de assessoria de investimentos que figura entre as três principais do país e está presente em sete cidades brasileiras.
Fonte: CM Comunicação Corporativa, em 04.12.2018.