Por Antonio Penteado Mendonça
Com perto de dez mil participantes, o 18º CONEC (Congresso Estadual dos Corretores de Seguros de São Paulo) foi um sucesso de público, de organização e de resultados.
Redesenhado em relação aos congressos anteriores, o CONEC deste ano apresentou uma agenda mais compacta e mais densa, com um único auditório com capacidade para quatro mil pessoas quase que permanentemente lotado, ao longo dos dois dias de intensos trabalhos.
Entre as importantes exposições e discussões sobre os temas que afetam o setor de seguros não houve nenhuma que não estivesse em sintonia com o momento e com as expectativas dos corretores de seguros, dos seguradores e dos prestadores de serviços para a atividade.
Os temas foram de tecnologia ao papel do setor de seguros na construção do futuro; de seguro de veículos ao futuro do seguro de pessoas; de longevidade a metafísica no negócio de seguro.
Mas, entre eles, um merece destaque especial: a palestra do Ministro Luiz Roberto Barroso sobre o Brasil e a sua visão para um Brasil melhor. A razão dela? O corretor de seguros não é apenas alguém que ganha dinheiro como o principal canal de distribuição de seguros do país. O corretor de seguros é um cidadão no sentido amplo da palavra, que, em função da própria profissão, tem a missão de zelar pela segurança da sociedade, através da garantia das necessidades de proteção de seus clientes.
Isto faz com que as preocupações do corretor de seguros extrapolem os interesses comerciais e profissionais e se estendam ao universo social, ao bem-estar da coletividade.
Num momento especialmente complexo da vida nacional, onde a polarização política atinge patamares inéditos, o corretor de seguros tem interesse direto na análise criteriosa do quadro socioeconômico, com as implicações decorrentes dos efeitos de uma crise extremamente grave como a que o Brasil ainda atravessa.
A organização do CONEC entendeu a necessidade de uma exposição abrangente e desapaixonada da realidade brasileira e, para bem cumprir seu papel, convidou um dos homens mais bem preparados para discutir o assunto.
O Ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, é um profundo conhecedor da realidade brasileira. Dono de uma bagagem intelectual consistente, de uma inteligência viva e de excepcional capacidade expositiva, sua palestra foi um dos grandes momentos do evento. Ao longo de mais de uma hora de palestra, ele dissecou o Brasil – o passado recente, o presente e as perspectivas para o futuro – de forma leve, mas profunda, formando um retrato real e lúcido de nossos problemas, fraquezas e potencialidades. E encerrou de forma otimista, o que seria em certa medida surpreendente, não estivesse em sintonia com a fotografia decorrente de sua exposição.
Mas não foi apenas o Ministro quem deu seu recado. Os principais nomes do setor de seguros tiveram oportunidade de colocar seus pontos de vista e experiências, num largo debate sobre os temas mais relevantes para o momento e para o futuro da atividade, que, entre secos e molhados, tem tudo para ser um sucesso, com taxas de crescimento entre as mais altas da economia nacional.
Mas nem tudo deve ser palestra e debate sobre temas complexos. A vida exige o contrapeso necessário para o equilíbrio emocional e, aí, a Feira de Seguros, montada ao lado da plenária, cumpriu com méritos a missão de fazer com que o network dos participantes pudesse ser incrementado, em estandes muito bem montados, em conversas em locais os mais agradáveis e com comida e bebida farta, além de sorteios e distribuição de brindes para ninguém colocar defeito.
Se o 18º CONEC gerou altas expetativas, com certeza elas foram todas ultrapassadas. Desde o momento da abertura até o final, com show com artista famoso, o Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo deu um show de competência, profissionalismo e sintonia com a realidade. Foi um congresso que valeu a pena e que será lembrado por muito tempo.
Fonte: SindsegSP, em 05.10.2018.