Por Antonio Carlos Costa (*)
A palavra resiliência parece ter conquistado seu espaço na área econômica diante de tantos desafios trazidos pela pandemia. Em um cenário extremamente difícil, o setor de seguros conseguiu reavaliar prioridades, traçar novos caminhos, aperfeiçoar produtos e serviços para atender às necessidades do consumidor. Já se sabe que o setor tem potencial para crescer, mas depende do avanço da vacinação contra a covid-19, da retomada da economia e de facilitar o acesso à educação financeira para os brasileiros.
Dados do último informe da Confederação Nacional de Seguros (CNSeg) apontam que a arrecadação de seguros no primeiro bimestre cresceu 4,5% comparada com o mesmo período de 2020, quando ainda não havia pandemia. O setor teve arrecadação de R﹩ 22 bilhões em fevereiro deste ano. Com avanço de 12,6%, os seguros de Danos e Responsabilidade ficaram com a liderança e o segmento de pessoas acumulou crescimento de 1,5%; e os Títulos de Capitalização tiveram receitas aumentadas em 6,6%. No Rio de Janeiro, os seguros de Danos e Responsabilidade cresceram 14,6% mantendo a liderança e os outros segmentos que se mostraram em crescimento foram o habitacional com 8,3% e o de vida com 12,8%. Já no Estado do Espírito Santo, o segmento de vida apresentou aumento de 28,8%, o seguro de garantia estendida acumulou alta de 43,3% e o habitacional cresceu 2%.
Pesquisa recente realizada pela TransUnion - empresa especializada em soluções que auxiliam na prospecção de novos clientes, cross selling e prevenção à fraude - aponta tendências do mercado norte-americano que podem auxiliar as empresas brasileiras de seguro a adotar novas práticas e estratégias digitais para compreender melhor as necessidades do novo consumidor pós-pandemia. De acordo com o estudo, consumidores e empresas esperam que as seguradoras tenham maior compreensão das necessidades individuais do cliente. O estudo aponta ainda que os esforços de digitalização da operação de seguros continuarão presentes neste ano e essa transformação está acontecendo em todo o ciclo de vida das apólices de seguro. Os próximos meses e iniciativas do governo federal serão decisivas para o rumo da saúde e consequentemente da economia do país.
(*) Antonio Carlos Costa é presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.